sexta-feira, 1 de abril de 2011

Erros na hora de passar para o blog

Não sei se já notou uns espaços a mais entre uma linha e outra. Isso acontece porque... bom, não sei exatamente por que, mas é assim: eu escrevo a história no microsoft word e para passar para o blog eu simplesmente copio e colo, mas daí acontecem esses erros. Já tentei concertar, mas não consegui. Recebi uma crítica um dia desses sobre isso, e só queria deixar claro que não é de propósito, ok? Byes.

3ª parte


- A Ágata. Ela... foi... capturada. – ele falava com dificuldade. – Levaram ela.


Olhei rapidamente para Filipe, o marido de Ágata. Consegui ver espanto e medo em seus olhos.


- Quem a levou? Para onde a levaram, Geraldo? – ele perguntou.


O sobrinho olhou-o e respondeu:


- Um homem a levou para a floresta. – agora Geraldo estava prestes a chorar: sua querida tia havia sido levada para a floresta.


Virei-me para Filipe e falei baixinho:


- Vou dar uma olhada na entrada da floresta.


Ele concordou triste com um gesto de cabeça e caminhei para a porta do salão. Passei por ela e agora andava na direção da porta do castelo quando ouvi passos atrás de mim. Virei-me e vi Sir Christian.


- A onde você vai? – perguntei irritada.


- A onde você vai? – ele repetiu minha pergunta, porém em tom menos irritado.


Olhei-o nervosa.


- Você vai me atrapalhar se vier. Não quero que venha. Fique aí na festa, com toda a diversão. – falei sendo sarcástica na última frase.


- Eu estou tentando, mas minha diversão está indo embora para a floresta para fazer uma investigação. – respondeu com um sorriso, o que me irritou ainda mais.


Recomecei a andar, passos rápidos e decididos, porém na direção contrária: de volta ao salão.


- Aonde você vai?! – Christian fez aquela pergunta de novo e ignorei-o.


Chegando ao que era uma festa, procurei por Geraldo, que estava junto ao marido de minha amiga desaparecida.


- Preciso que venha comigo, Geraldo. – falei. – Preciso que me ajude.


Ele virou o rosto na minha direção ao ouvir seu nome e vi seus olhos vermelhos e suas bochechas molhadas de lágrimas. O garoto concordou com um gesto de cabeça e andou até onde eu estava. Peguei sua mão e o conduzi comigo à entrada do castelo.


Quando eu havia passado pela porta do salão novamente, Christian desencostou de uma coluna, onde estava me esperando, e caminhou ao meu lado.


- Ahh... O garoto... – ele falou baixinho com desprezo só para eu ouvir e depois acrescentou em voz alta e animada: - Como vai, Geraldo?


Dei uma rápida olhada para Geraldo, que lançou um olhar cético a Christian. O garoto balançou a cabeça como se não estivesse acreditando na pergunta do tio e depois voltou seu olhar molhado pelo choro para o chão de pedra do castelo.


Dei um sorriso de “eu não sou a única que acho Christian meio desprezível” e recebi um Humf vindo do cavaleiro.


Chegando ao portão aberto do castelo, pedi para que Geraldo me mostrasse o lugar onde estavam quando Ágata foi levada.


- É aqui. – ele falou depois de andar até um local à esquerda do portão.



Fui até onde ele estava e procurei por algumas pegadas, o que foi difícil, pois não havia nenhum pedaço de terra, apenas gramado e capim.


- Hmm... Como foi exatamente que ela foi levada? – perguntei.


Geraldo não respondeu de imediato. Ficou olhando para um ponto fixo, se lembrando do acontecido, e disse:


- Eu tinha visto umas pessoas na floresta e fui chamar Ágata de novo. Quando chegamos aqui, não tinha mais ninguém. Quando a gente ia voltar, apareceu um pássaro voando em volta da gente e daí um homem veio por trás e pegou Ágata. – logo que Geraldo terminou de falar, o choro recomeçou.


Olhei em volta tentando visualizar a cena ocorrida. Saíram do castelo, Geraldo puxando a tia pelo vestido. Andaram uns 25 metros na direção da floresta. Eles estavam mais ou menos na metade da distância entre o castelo e onde começava a aparecer as árvores. Entre esses dois pontos, havia um gramado que começava a virar um capim à medida que se aproximava do mato. Ágata deve ter falado algo do tipo: “Viu, Geraldo? Não tem nada.” Começaram a voltar à festa de casamento e então aparece uma ave voando em volta dos dois. Eles se distraem e vem um homem por trás e leva Ágata para a floresta.


- Hmm. Terei que olhar na floresta. – falei e me virei para Sir Christian. – Você pode me fazer um favor?


O cavaleiro fingiu tirar um chapéu invisível e fazer um floreio com a mão.


- Às suas ordens, arqueira. – ele disse sorrindo gentilmente.


Sorri.


- Leve Geraldo até Filipe. – e, quando ele fez cara feia, rapidamente acrescentei: – Por favor?


Ele olhou para Geraldo, que olhava as árvores da floresta, se lembrando do ocorrido. Seu rosto estava vermelho e ele fungava devido ao choro.


Sem dizer nada, cavaleiro e garoto voltaram ao que sobrara da festa.


Caminhei até a floresta, procurando por vestígios de pegadas. Procurando pistas de onde encontrar mais pistas. Isso me fazia lembrar de quando eu era uma aprendiz ainda. Warren, meu antigo mentor, me fazia procurar pegadas de animais na floresta que cercava o feudo no qual morávamos. O nome do feudo era Allingham, ele se localiza ao norte do reino de Araluen. Não consigo me esquecer das noites geladas dos lobos uivando nas noites de lua cheia.


Ao pensar em lobos, avistei uma pegada no chão da floresta. Mas o que eu via não fazia o menor sentido: uma pegada de lobo não devia ser vista tão ao sul do Reino Araluen. Lobos deveriam estar ao norte, perto de Allingham.


Comecei a seguir as pegadas, uma levava à outra. Comecei a adentrar na floresta. As pistas ficavam, de vez em quando, mais fáceis de ver e, de vez em quando, mais difíceis.


Continuei a observá-las até que vi a pegada de um homem.


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

2ª parte

Após um breve momento de silêncio, Christian falou praguejando um pouco:


- Ahh... hãã. – ele engoliu a saliva. – Me desculpe, Lan Lyess. Eu hã, não queria te insultar.


Sorri.


- Se não queria insultar, por que não pensa nas palavras antes delas lhe escaparem pela boca, Sir Christian? – perguntei-lhe dando bastante ênfase no “Sir”.


Ele sorriu se desculpando, porém os olhos mostravam certa raiva.


- Me desculpe. Vou pensar nelas, sim, antes de serem pronunciadas. – seu tom de voz havia mudado, parecia uma voz de alguém irritado.


Ficamos sentados em silêncio, durante bastante tempo. Uma hora ou outra, sentia o olhar de Christian sobre mim. Víamos as pessoas andarem e dançarem pelo salão, mas sem nunca falarmos nada.


O cavaleiro Sir Christian lançou-me um longo olhar de curiosidade.


- O que foi? – perguntei indiferente.


- Você falou que é uma arqueira. Mas nesse feudo já existe um arqueiro. – ele falou desconfiado e acrescentou depressa: – Que não é você.


Ele estava certo: eu não pertencia ao feudo


- Sou a arqueira encarregada do feudo Torvolan. Porém, o arqueiro daqui teve que se ausentar por um tempo, então me mandaram para cá. Além de que eu já teria que vir até aqui para ver o casamento de Ágata. – sorri. – Afinal, que tipo de amiga eu seria se não viesse a sua festa?


Ele sorriu e o clima ficou mais leve entre nós. Não sei a Christian, mas aquele clima tenso e silencioso não me agrada muito.


- E você? Conhece Ágata? – perguntei como quem não quer nada.


- Eu sou o irmão dela. – ele falou provavelmente no mesmo tom de voz em que falei que eu era uma arqueira: tranquilo, sério, mas ao mesmo tempo divertido e zombador.


Fiquei de boca aberta.


- Não, não. – falei confusa. – Ágata nunca teve irmão e ainda não tem. Quer dizer... ela teria me falado, não?


Christian sorriu de um jeito que ainda não o tinha visto fazer, um sorriso orgulhoso e elegante. De repente, reparei melhor nele. Seus cabelos pretos ficavam em contraste com sua pele clara e fazia parecer que seus finos olhos azuis brilhavam sob as sobrancelhas.


- Parece que estamos iguais agora. – ele sorriu brincalhão. – Os dois tentando parecer melhor do que é e os dois passando vergonha.


Ele deu uma risada curta e sorri em resposta.


- Mas como ela nunca me falou sobre você? – perguntei, o sorriso desaparecendo do meu rosto.


Sir Christian fez um gesto com a mão e falou:


- Me desculpe. Na verdade não sou irmão dela. – um “Arrá, você estava mentindo” quase escapou por meus lábios antes de ouvir o que ele iria dizer depois: - Sou um meio-irmão..., por parte de pai.


- Você é mais novo que ela, – falei e logo acrescentei: – ou não?


Ele deu uma risada. Seu humor estava bem melhor agora do que quando nos conhecemos.


- Sou mais velho. Ágata tem 24 anos, eu sou um ano mais velho que ela.


- Hmm...


Eu ainda pensava no por que de a Ágata nunca ter me contado sobre ele.


- E você tem...? – ele perguntou.


- Vinte e dois. – respondi sem prestar muita atenção. – Mas... por que ela nunca me contou?


Sir Christian abaixou a cabeça.


- Você está mentindo, não? – acusei-o.


Ele levantou a cabeça e olhei em seus olhos. Um lindo azul profundo. Uma ruga em forma de “v” se formava em sua testa, algo provavelmente começava a perturbá-lo.


- Não estou mentindo. – ele forçou um sorriso. – Se quiser, pode perguntar à Ágata. Pergunte-a sobre seu irmão Christian.


Pensei sobre o assunto brevemente.


- Está bem. – falei decidida com um sorriso. – Eu vou. Você vai ficar aqui ou quer ir cumprimentar sua irmã?


Ele olhou para a mesa e depois de volta para mim.


- Vou te esperar aqui. – falou simplesmente com um sorriso.


Caminhei pelo salão, procurando por Ágata. Depois de um tempo procurando-a sem encontrá-la, perguntei ao seu marido se a havia visto.


- Ela estava por aqui agora pouco, acho que ela está com o Geraldo. – foi sua resposta.


- Hmm... – falei. – Obrigada.


Comecei a voltar à mesa onde Christian me esperava. Avistei-a de longe. Eu não tinha certeza, mas ela me parecia vazia. Andei mais um pouco até chegar mais perto e, vendo que ela realmente estava sem ninguém, olhei para os lados à procura de Christian. Uma mão me cutucou no ombro e me virei em um ato rápido e instintivo.


- Gostaria de dançar comigo, linda jovem? – perguntou educadamente o dono dos olhos azuis e do sorriso nos lábios.


Sorri e, sem resposta, caminhamos juntos até o meio do salão. Agora uma música agradável e lenta era tocada e pessoas dançavam. Christian se virou para mim e colocou sua mão na lateral do meu ombro e eu fiz o mesmo no seu. Com a outra mão, ele segurou minha mão e começamos a dançar.


Após alguns minutos dançando em silêncio, olhar fixo em olhar, Christian sorriu e me perguntou calmamente:


- E então? O que minha irmã falou?


Apesar da tranquilidade, senti a curiosidade em sua pergunta. Sorri. Eu havia esquecido esse assunto por um momento. Era como se eu estivesse sendo hipnotizada pelo olhar do charmoso Sir Christian. “Ele é encantador” pensei “não, não, não. Você não pode pensar assim. Você é uma arqueira e não pode ficar se distraindo. Mas os olhos dele... ele...”


- Eu não achei Ágata. – informei-lhe.


Ele fez uma cara de frustração.


- Eu realmente gostaria de saber por que ela nunca nos apresentou.


- Ela deve estar com o sobrinho. Daqui a pouco ela volta e então...


Parei um instante e travei os pés no chão, fazendo com que Christian também parasse de dançar.


- Geraldo é seu filho?! – perguntei incrédula.


Um momento de silêncio. Uma ruga se formou entre suas sobrancelhas e ele me lançou um olhar de dúvida.


- Geraldo? Quem é... Ah! O Geraldo. – ele mostrou os dentes em um sorriso misturado a um riso e recomeçou a dançar, me levando com ele nos movimentos.


- Ele é? – perguntei.


- Não, não. Ele é filho da irmã da Ágata, a Melissa. Acho que ela você conhece, arqueira Lan.


- Ah. É. Ela eu conheço. E... me chame de Lanna, por favor. – falei com um sorriso.


O cavaleiro deu um sorriso torto e falou em uma voz gentil e aveludada:


- É claro, Lanna.


Ele estendeu uma das mãos e tocou meu rosto com as pontas dos dedos. Um arrepio me percorreu ao seu toque, mas não algo ruim. Ele voltou a segurar minha mão e voltamos a dançar novamente.


Neste momento, um vulto passou correndo e gritando pela porta do grande salão e todos pararam o que estavam fazendo.


- Me ajudem! Me ajudem! É a Ágata!


As pessoas se amontoaram em volta do vulto que agora estava parado e ofegando. Quando cheguei mais perto, reconheci-o como sendo Geraldo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aqui vai a primeira parte ^^

Entrei no grande salão tentando não chamar a atenção de muita gente. Todos estavam arrumados. Homens com suas roupas formais e mulheres com seus vestidos longos. Eu não era uma exceção: meu cabelo estava preso para trás e eu usava um vestido longo verde cor de esmeralda. Meu colar com o pingente da folha de carvalho de prata (que me identificava como um membro da corporação de arqueiros) estava escondido sob a gola do vestido.


Caminhei até minha grande e velha amiga, que no momento estava dando uma festa devido ao seu casamento. Dei-lhe um beijo no rosto e outro beijo no rosto de seu noivo.


- Parabéns. – falei educadamente. – Tenho certeza de que serão muito felizes!


Os dois sorriram para mim, eu devolvi o sorriso e decidi que em momentos assim não dava par ser tão educada e tão formal. Dei um abraço forte em minha amiga e ela retribuiu-o.


- Não sei como as pessoas conseguem ser tão formais. – falei rindo. – Parabéns! Parabéns, Ágata. Estou tão feliz por vocês.


- Ahh, Lanna. Obrigada. Também estou feliz. – disse ela saindo do abraço.


Um garoto de uns 8 anos de idade passou por mim e ficou do lado da minha amiga, dando puxões em seu vestido para chamar-lhe a atenção.


- Que foi, Geraldo? – ela falou baixinho ao menino.


- Vem cá. Vem ver isso. – ele disse preocupado e com grande interesse.


Ele puxava Ágata pelo vestido, mas ela, teimosa, ficou parada e perguntou:


- Ver o que?


- Eu vi... eu vi umas pessoas no bosque. E tinha uns bichos. – ele falou enquanto dava outro puxão no vestido dela.


- Me desculpe, Lanna. Esse é meu sobrinho, Geraldo. – ela deu uma olhada para ele e falou desistindo – Tudo bem. – e voltando o olhar para mim – Terei que ir lá dar uma olhada, senão ele não vai parar de atormentar.


Dei-lhe um sorriso de compreensão. O marido de Ágata havia se afastado para cumprimentar outros convidados que haviam acabado de chegar.


Minha amiga atravessou o salão principal do castelo, onde estava ocorrendo a festa. Eu, logo que ouvi o que o menino havia falado, havia ficado curiosíssima, como todos os arqueiros teriam ficado. Segui-os silenciosamente, me esgueirando entre as colunas que sustentavam o teto.


Fiquei surpresa ao ver que Geraldo não foi à direção do portão principal. Ele caminhou até uma escada em espiral que subia até uma plataforma onde havia uma janela de vidro. Subimos os três as escadas. Geraldo subia de dois em dois degraus, Ágata não parava de lhe perguntar por que era tão importante ela ver e eu me escondia da vista dos dois. Na verdade não sei se era realmente necessário me esconder, mas mesmo assim não me deixei ser vista por ninguém.


Por trás dos dois, olhei pela janela e consegui ver o bosque, o gramado do castelo, as nuvens e o sol, pássaros voando... Mas não vi nenhum sinal de pessoas.


- Viu? – Ágata disse ao menino. – Não há nada.


- Mas... mas... – o garoto disse sem acreditar. – Estava lá. Tinham várias pessoas. E tinham alguns lobos e...


- Lobos? – Ágata perguntou e caiu na gargalhada. – Geraldo, aqui não tem lobos, só tem lobos ao norte. – e deu outra gargalhada.


Achei que se eu ficasse mais tempo ali, logo seria vista quando eles começassem a voltar à festa, então comecei a descer a escada e voltar ao salão principal. Depois eu verificaria as redondezas do feudo para me certificar de que não havia ninguém.


Chegando à festa, me sentei em uma mesa ao canto. Como arqueira, eu não gostava muito de chamar atenção, mas sempre estava olhando em volta. A maioria das pessoas do reino de Araluen não gostava da companhia de arqueiros. Eles acreditavam que as habilidades dos arqueiros provinham de magia negra e não do rígido treinamento que recebemos durante nosso aprendizado. Normalmente, quando as pessoas reconheciam os arqueiros sem a capa verde acinzentada que nos ajuda a camuflar, elas ficavam de olho em nós, se perguntando se iriamos desaparecer ou algo do tipo. Quando isso não acontecia, elas nos tratavam como se fossemos pessoas normais.


Um jovem mais ou menos da minha idade, entre 20 e 22 anos se aproximou da mesa em que eu estava sentada e fixou-me com seus olhos azuis.


- Posso me sentar aqui? – perguntou-me. – As outras mesas estão ocupadas.


Dei um breve sorriso. Ágata nunca havia sido muito boa com contas. Ela deve ter contado errado quantos de seus convidados viriam e agora faltavam mesas e cadeiras.


- Claro. – respondi gentilmente.


Olhei atentamente para ele. Eu já o havia visto. Ele reparou no meu olhar e perguntou:


- O que foi?


Balancei a cabeça, tentando me lembrar.


- Não, não é nada. É só que... acho que já te vi... Quem é você?


- Sou Christian. Sir Christian.


Esse nome...


- Me lembro de você... – comecei meio em dúvida se devia comentar minha lembrança, mas depois achei que não tinha porque não falar – Eu estava no castelo do rei, conversando com ele quando você apareceu e nos interrompeu dizendo que o príncipe tinha voltado de Céltica. – falei, criticando-o pela atitude de interromper uma conversa do rei.


- Ah. Hã... me desculpe. – ele deu de ombros, mostrando que a acusação não o havia afetado. – Por curiosidade, posso saber o que você estava falando com o rei? – ele perguntou, me desprezando ao falar a palavra “você” com certo tom de ironia.


Continuei séria, mas um sorriso se formava dentro de mim.


- Desculpe. É sigilo completo. Um segredo que...


Mas não consegui acabar por que sir Christian me interrompeu dizendo:


- Ahh, me desculpe se você tem muitos segredos com o rei. Afinal, quem é você? – ele falou a última frase com grande desprezo, o que fez meu sorriso interior crescer ainda mais.


- Ah. Eu? Ninguém de importância. Sou Lan Lyess, arqueira número 36. – falei enquanto tirava o colar com o pingente da folha de carvalho de debaixo da gola do vestido e lhe mostrava.


No momento em que eu falei “arqueira número 36”, o mesquinho sir Christian se calou e um sorriso percorreu minha face. A ordem dos arqueiros era respeitada em todo o reino. Não se devia zombar de seus membros. Ainda mais de seus deveres e obrigações com o rei. Eles deveriam guardar segredos e sempre ter lealdade para com o rei. Os números, no meu caso o “36”, era para referir a qual feudo tomávamos conta. Tem cinquenta feudos, um arqueiro ou arqueira para cada feudo.

Acabei de ler o sexto livro da série "rangers ordem dos arqueiros" de john Flannagan. Amei o livro. Se eu pudesse eu entrava dentro dele e vivia lá no mundo que o escritor criou.
Agora estou fazendo uma história bazeada nessa série de livros, com castelos, guerreiros e (lógico) arqueiros.